Doping no Esporte - Introdução
DOPING NO ESPORTE
Introdução:
(...)"Um ser humano perfeito, imbatível, capaz de quebrar recordes e
acumular vitórias. Para alcançar esse objetivo, muitos atletas utilizam métodos
ou substâncias proibidas"(...)
Esta situação descrita na citação acima demonstra de forma bastante resumida a
maneira pela qual os atletas encaram o esporte na atualidade, sendo o desejo de
alcançar o status e o prestígio que o mesmo pode proporcionar o principal
objetivo destes atletas, e para atingir tal objetivo o corpo humano é utilizado
como principal instrumento, recebendo injeções de substâncias que de alguma
forma estimulam e auxiliam na melhoria do rendimento por parte destes atletas
esportivos.
O presente artigo
tentará mostrar de forma bastante clara e objetiva algumas destas substâncias
usadas por atletas na melhoria do rendimento, os esportes onde são utilizadas
com maior frequência e quais efeitos tais substâncias podem provocar ao
organismo, sendo o conteúdo aqui descrito de grande valia para que atletas e
pessoas interessadas no assunto possam entender como funcionam estas
substâncias e se realmente vale a pena fazer uso delas para tentar atingir um
melhor desempenho físico no esporte que pratica.
1) Classes de substâncias dopantes:
No esporte a grande maioria das federações esportivas do mundo adota uma lista
de classes e métodos de substâncias dopantes. Tal lista apresenta estas
substâncias divididas em cinco classes: estimulantes, analgésicos narcóticos,
agentes anabolizantes, diuréticos e hormônios peptídicos e análogos. A partir
de agora este artigo tentará mostrar como estas substâncias atuam, ou seja, de
que forma elas auxiliam os atletas na melhoria de seu rendimento, e quais os
efeitos que tais substâncias podem provocar ao organismo.
2) Estimulantes:
Os estimulantes são substâncias que apresentam um efeito direto sobre o sistema
nervoso central, já que aumentam a estimulação do sistema cardíaco e do
metabolismo. Os principais esportes onde encontramos atletas que fazem uso
destas substâncias são o basquetebol, o ciclismo, o voleibol e o futebol.
Os maiores exemplos de estimulantes disseminados no esporte são as anfetaminas,
a cocaína, a efedrina e a cafeína. Estas substâncias são usadas para conseguir
os mesmos efeitos da adrenalina tal como o aumento da excitação. Além disso
podem ainda aumentar a capacidade de tolerância ao esforço físico e diminuir o
limiar de dor.
Apesar destas consideráveis vantagens que os estimulantes podem trazer aos
atletas para que estes melhorem o seu rendimento, estas substâncias podem
provocar alguns efeitos secundários potencialmente prejudiciais ao organismo
tais como a falta de apetite, a hipertensão arterial, palpitações e arritmias
cardíacas, alucinações e diminuição da sensação de fadiga. Além disso em alguns
casos os estimulantes podem provocar a morte de alguns atletas; um exemplo
deste último efeito acontece no caso de um atleta que precisa competir durante
longos períodos de tempo com temperaturas e taxas de umidade elevadas. A
temperatura corporal deste atleta tende a subir facilmente, porém devido aos
estimulantes torna-se difícil para o organismo desencadear o processo de
refrigeração. Assim o coração e outros órgãos, como o fígado e os rins, são
prejudicados, podendo este fato causar a morte.
Como podemos ver, os estimulantes são substâncias que geram vários efeitos ao
organismo e dentre eles um potencialmente nefasto: a morte. Portanto entendemos
que o uso de tais substâncias deve ser evitado no que se refere apenas a
melhoria do rendimento, pois não vale a pena utiliza-las indiscriminadamente e
correr o risco de sofrer tais efeitos tão prejudiciais ao organismo humano.
3)Analgésicos narcóticos:
Analgésicos narcóticos são substâncias proibidas no esporte e estão
representados pela morfina, petidina e substâncias análogas. São compostos
derivados do ópio e que atuam no sistema nervoso central diminuindo a sensação
de dor, sendo por esse último efeito o motivo pelo qual são utilizados por
atletas, principalmente em esportes de bastante resistência como a maratona e o
triatlon.
Este efeito de "mascaramento" da sensação de dor que os analgésicos
narcóticos provoca pode ser prejudicial aos atletas, pois a ausência ou
diminuição da sensação dolorosa pode levar a que um atleta menospreze uma lesão
potencialmente perigosa, levando ao seu agravamento. Outros efeitos
prejudiciais destas substâncias ao organismo são a perda de equilíbrio e
coordenação, náuseas e vômitos, insônia e depressão, diminuição da frequência
cardíaca e ritmo respiratório e diminuição da capacidade de concentração.
Como acabamos de observar, os analgésicos narcóticos, assim como os
estimulantes, podem provocar os mais variados prejuízos ao organismo não sendo,
portanto, recomendado o seu uso sem uma prescrição por um médico especialista.
4) Agentes anabolizantes:
Os agentes anabolizantes ou esteróides anabólicos são compostos derivados de um
hormônio masculino, a testosterona. Quando administrados no organismo estes
compostos entram em contato com as células do tecido muscular e agem aumentando
o tamanho dos músculos. Os principais esteróides anabolizantes são a
nandrolona, o estonozoil, o anadrol e a própria testosterona, sendo estes
alguns dos inúmeros produtos que existem no mercado na atualidade.
Quando tomados em doses altas os anabolizantes aumentam o metabolismo basal, o
número de hemáceas e a capacidade respiratória. Estas alterações provocam uma
redução na taxa de gordura corporal. As pessoas que os consomem ganham força,
potência e maior tolerância ao exercício físico, sendo principalmente por causa
destes últimos efeitos que os anabolizantes disseminaram-se tão rapidamente no
meio esportivo, destacadamente em atletas como halterofilistas, lutadores de
artes marciais e eventualmente em todos os tipos de esporte que envolvam força
explosiva. São utilizados igualmente por pessoas que querem um corpo mais
musculoso.
Estudos científicos mostram que o uso inadequado de anabolizantes pode causar
sérios prejuízos a saúde, tais como o aumento da agressividade, comportamento
anti-social, alterações permanentes das cordas vocais em mulheres (a voz fica
mais grave), aumento do músculo cardíaco e uma possível consequência de
infartos em jovens, aumento da produção da enzima transaminase, atrofia dos
testículos e dor no saco escrotal, ginecomastia (crescimento das mamas nos
homens), esterilidade feminina e masculina, crescimento excessivo de pêlos nas
mulheres, aumento na massa muscular pelo depósito de proteínas nas fibras
musculares, redução do bom colesterol (HDL) e aumento do mau colesterol (LDL),
aumento do número de hemáceas jovens e diminuição dos glóbulos brancos,
hipertensão arterial etc., a lista dos prejuízos é extensa e incompleta porque,
como não há controle, os jovens e atletas usam doses cavalares de drogas e
efeitos colaterais desconhecidos ainda podem aparecer. Na medicina a indicação
de anabolizantes se restringe a pouquíssimos casos. Muitas vezes são utilizados
para o tratamento de anemias, da osteoporose (diminuição da densidade óssea),
em casos de hipogonadismo (baixa produção de testosterona por parte do homem) e
também em casos de doentes com câncer terminal que muitas vezes se utilizam
destas substâncias para ganhar peso.
No caso dos atletas de competição, percebemos que o uso de anabolizantes por
parte destes atletas é realizado de forma indiscriminada e, em alguns casos,
orientado por próprios profissionais da área de educação física. Assim sendo,
podemos perceber o quanto será fundamental a compreensão das informações aqui
contidas para que assim possamos combater tal uso de produtos proibidos
enquanto prevalecerem as regras atuais do esporte.
5) Diuréticos:
Os diuréticos são drogas que aumentam a formação e a excreção da urina. Os
principais exemplos de diuréticos que encontramos disseminados no esporte são o
triantereno e a furosemida, sendo que estas substâncias são utilizadas por
atletas esportivos em decorrência de dois fatores que podem provocar: perda de
peso e mascaramento de doping.
No caso do efeito da perda de peso citado anteriormente, estas substâncias são
usadas de modo a reduzir rapidamente a massa corporal de atletas participantes
de esportes onde há categorias de pesos. O boxe, o judô, o halterofilismo e o
karatê são alguns exemplos destes esportes. Também são utilizados como
tentativa de aumentar a excreção urinária e com isso eliminar mais rapidamente
eventuais substâncias dopantes, caracterizando assim o efeito de mascaramento
do doping citado anteriormente.
Além destes dois efeitos principais os diuréticos podem causar alguns efeitos
secundários prejudiciais ao organismo tais como, a desidratação (diminuição de
água no corpo), cãibra muscular, diminuição do volume sangüíneo, doenças
renais, alterações do ritmo cardíaco e perda acentuada de sais minerais.
Assim como os estimulantes, um efeito potencialmente prejudicial que os
diuréticos podem proporcionar é a morte em atletas, em decorrência de problemas
ao nível cardíaco e renal, sendo por esse motivo que o uso não controlado pode
ser extremamente perigoso. Na medicina são usados como drogas para controlar a
hipertensão arterial, diminuir edemas (inchaços), ou para combater a
insuficiência cardíaca congestiva (doença originada pela falência do coração)
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